Dra. Marcelle Sanches

As fases iniciais do desenvolvimento do Bebê são fundamentais para aumentar a imunidade do bebê e consequentemente reduzir riscos de doenças. A amamentação, o sono adequado e o consumo de alimentos nutritivos contribuirão para que o bebê se torne uma criança e um jovem saudável.

Dra Marcelle Sanches é formada em Medicina pela Faculdade de Medicina de Valença-RJ e é especialista em atendimento pediátrico.

É certificada em Pediatric Advanced Life Support já tendo atuado em diferentes hospitais de emergência pediátrica.

Possui Mestrado em Ensino na Saúde pela Universidade Federal Fluminense (UFF).

Qualificada em manejo de vias aéreas na Emergência pelo Centro de treinamento em Emergência do Sul Fluminense.

Médica na Emergência Pediátrica do Hospital Rios Dor – Freguesia – RJ.

Atuou como Médica na Emergência Pediátrica da Maternidade de Valença – RJ

Atuou como Médica na Emergência Pediátrica no pronto socorro de Vassouras – RJ

Atuou como Médica na Emergência Pediátrica do Hospital de Rio das Flores – RJ

Opniões sobre a Dra Marcelle Sanches

1. Amamentação

A amamentação é um dos aspectos mais importantes do cuidado infantil e desempenha um papel crucial na saúde e no desenvolvimento das crianças. A Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) enfatiza a importância da amamentação como a forma ideal de nutrição para os recém-nascidos e lactentes. Este artigo explora os benefícios da amamentação e os desafios enfrentados pelas mães.

Dra Marcelle Sanches amamentando

Na imagem acima a Dra Marcelle Sanches está amamentando seu filho Pedro Sanches

Benefícios da Amamentação

Nutrição Ideal

O leite materno é a fonte mais completa e balanceada de nutrição para os bebês, contendo todos os nutrientes essenciais em proporções ideais para o crescimento e desenvolvimento da criança. A composição do leite materno se adapta às necessidades do bebê conforme ele cresce, oferecendo uma combinação ideal de proteínas, gorduras, carboidratos, vitaminas e minerais.

Proteção Imunológica

Um dos maiores benefícios do leite materno é a sua capacidade de proteger o bebê contra doenças. O leite materno é rico em anticorpos e outras substâncias imunológicas que ajudam a fortalecer o sistema imunológico do bebê e a combater infecções. Bebês amamentados têm menor risco de doenças respiratórias, gastrointestinais e infecções otológicas.

Bebe saudavel

Desenvolvimento Emocional e Cognitivo

A amamentação também desempenha um papel crucial no desenvolvimento emocional e cognitivo do bebê. O contato físico próximo durante a amamentação fortalece o vínculo entre mãe e filho contribuindo para o bem-estar emocional do bebê. Esse vínculo pode ter efeitos positivos a longo prazo na saúde mental e no desenvolvimento cognitivo da criança.

Prevenção de Doenças Crônicas

Além dos benefícios imediatos, a amamentação tem um impacto positivo a longo prazo na saúde da criança. As crianças amamentadas têm menor risco de desenvolver doenças crônicas como obesidade, diabetes tipo 2 e hipertensão na vida adulta. Além disso, há evidências de que a amamentação pode reduzir o risco de alergias e asma.

Benefícios para a Mãe

Para as mães, a amamentação oferece vários benefícios significativos. Amamentar ajuda na recuperação pós-parto, reduz o risco de câncer de mama e ovário e promove um efeito contraceptivo natural que pode ajudar a espaçar as gestações. Além disso, a amamentação pode promover um vínculo mais profundo entre a mãe e o bebê, facilitando a adaptação ao novo papel materno.

mae feliz

Amamentação Exclusiva até os 6 Meses

É recomendado que a amamentação exclusiva seja mantida durante os primeiros seis meses de vida do bebê. A amamentação exclusiva significa que o bebê deve receber apenas leite materno, sem adição de alimentos sólidos ou fórmulas. Esta prática garante que o bebê receberá todos os nutrientes necessários para um crescimento saudável e reduzir o risco de doenças.

Introdução de Alimentos Complementares a Partir dos 6 Meses

Após os seis meses é recomenda a introdução gradual de alimentos complementares à dieta do bebê, mantendo a amamentação. A introdução de alimentos sólidos deve ser feita de forma a complementar e não substituir o leite materno. Essa abordagem garante que o bebê continue recebendo os nutrientes essenciais enquanto começa a explorar novos alimentos.

Pedro Sanches

Foto de Pedro Sanches filho da Dra Marcelle Sanches na sua introdução alimentar

Manutenção da Amamentação até os 2 Anos ou Mais

A amamentação pode continuar até os dois anos ou mais de acordo com o desejo da mãe e da criança. A amamentação prolongada oferece benefícios contínuos para a saúde e o desenvolvimento da criança, e também pode ser uma fonte importante de conforto e segurança.

2. Dificuldade de Amamentação

A amamentação é um momento de conexão natural entre a mãe e o bebê proporcionando inúmeros benefícios para a saúde de ambos. No entanto, essa experiência nem sempre é fácil e tranquila e muitas mulheres enfrentam dificuldades significativas ao tentar amamentar.

Conhecer esses desafios e as possíveis soluções pode ser fundamental para garantir uma experiência mais tranquila e evitar que as mães fiquem frustradas nesse processo.

Principais Dificuldades na Amamentação

2.1 Dificuldade na Pega Correta

Uma das causas mais comuns e que muitas vezes provoca os demais problemas de amamentação é a dificuldade do bebê em pegar o seio de maneira correta. A pega inadequada pode provocar dor, fissuras nos mamilos e até levar a uma baixa produção de leite. Já o conhecimento e aplicação da técnica correta pode ajudar a resolver grande parte dos problemas.

A seguir algumas instruções sobre a técnica de amamentação

A técnica correta envolve que o bebê abocanhe uma parte significativa da aréola e não apenas o mamilo o que ajuda na extração eficiente do leite e reduz a dor da mãe.

  1. O bebê deve estar com a boca bem aberta, conhecida como “boquinha de peixe”.
  2. A boca do bebê deve pegar grande parte da aréola e não somente o mamilo.
  3. O Nariz não deve encostar no seio para que bebê possa respirar sem esforço evitando que ele larga o seio.
  4. O queixo deve estar encostado no seio.
  5. Lábios devem estar virados para fora.
  6. A barriga e o tronco do bebê devem estar voltados para a mãe.

2.2 Dor e Fissuras nos Mamilos

No início um leve incomodo ou desconforto pode ser considerado normal contanto que a dor não seja intensa, pois pode desenvolver rachaduras ou fissuras nos mamilos logo nas primeiras semanas de amamentação. Esse problema geralmente está relacionado a pega errada e pode ser agravado por pele sensível ou pela adaptação inicial.

A utilização da técnica correta descrita no item anterior é o passo principal, porém as ações listadas abaixo podem ajudar na recuperação:

  1. Manter os mamilos secos e os expor ao sol diariamente
  2. Ordenhar manualmente a aréola antes da mamada contribuem para prevenção e melhora da dor.
  3. Aplicar leite materno na região do mamilo depois das mamadas
  4. Sempre iniciar a mamada pelo seio menos dolorido

É importante destacar a importância da avaliação Médica para evitar agravamento e até mesmo em alguns casos a interrupção da amamentação.

2.3 Produção Insuficiente ou Excessiva de Leite

A produção insuficiente de leite é outra queixa comum que pode ocorrer devido a diversos fatores, incluindo: estresse, hidratação inadequada, problemas hormonais ou até mesmo a falta de estímulo adequado.

Por outro lado, algumas mulheres podem experimentar o oposto: uma produção excessiva, que leva ao ingurgitamento mamário (mamas doloridas e cheias) e à dificuldade do bebê em sugar de forma confortável.

2.4 Bloqueio de ductos lactíferos

O bloqueio dos ductos lactíferos é causado pela presença de nódulos mamários geralmente relacionado ao esvaziamento incompleta do leite materno podendo em alguns casos causar ingurgitamento mamário, empedramento e até mesmo evoluir para uma mastite.

2.5 Mastite

A mastite, uma inflamação da mama que pode ser acompanhada por infecção e é um problema que acomete algumas mulheres que amamentam o que torna a experiência extremamente dolorosa.

A principal razão é o acúmulo de leite em um ou mais ductos lactíferos comumente relacionada a entrada de bactéria nas fissuras ou lesões nos mamilos ou aréolas.

A mastite deixa uma parte da mama avermelhada, inchada, quente e dolorida podendo causar dores não apenas no local, mas também no corpo, mal-estar e febre.

Para se evitar a mastite é fundamental a aplicação correta da técnica de amamentação, esvaziamento adequado das mamas pela amamentação ou pela ordenha manual.

Como Superar as Dificuldades

Muitos problemas podem ser resolvidos através da utilização da técnica correta de amamentação e da orientação de um Médico, por isso é importante não deixar os sintomas evoluírem.

É importante reforçar a necessidade de ter paciência, pois cada mãe e bebê têm seu próprio ritmo. A frustração pode aumentar o estresse, impactando tanto o vínculo entre mãe e filho quanto a própria produção de leite.

3. Armazenamento Leite Materno

Armazenar o leite materno corretamente é crucial para garantir a sua segurança e qualidade. Aqui estão as melhores práticas para a coleta, armazenamento e descongelamento do leite materno.

Coleta de Leite Materno

Tira leite

Preparação

  1. Higienização das Mãos e Equipamentos: Lave bem as mãos com água e sabão antes de manusear qualquer equipamento. Certifique-se de que todos os recipientes e bombinhas de leite estejam limpos e esterilizados.
  2. Utilização de Recipientes Apropriados: Use frascos de vidro ou plástico que sejam próprios para armazenamento de leite materno. Evite recipientes que contenham BPA, que pode ser prejudicial à saúde do bebê.

Coleta Manual ou com Bombinha

  1. Técnica de Extração: Se estiver usando uma bombinha, siga as instruções do fabricante para garantir uma extração eficiente e confortável. A coleta manual deve ser feita com cuidado para evitar contaminação e garantir que todo o leite seja coletado adequadamente.
  2. Marcação dos Recipientes: Identifique cada recipiente com a data e a hora da coleta para garantir o uso dentro do prazo seguro.

Armazenamento de Leite Materno

Temperatura e Duração

  1. À Temperatura Ambiente: O leite materno pode ser armazenado à temperatura ambiente (até 25°C) por no máximo 4 horas. Se a temperatura ambiente for mais alta, o tempo de armazenamento deve ser reduzido.
  2. Na Geladeira: O leite materno pode ser armazenado na geladeira por até 12 horas.
  3. No Freezer. Abaixo alguns exemplos:

No Congelador com Compartimento Separado: Se o freezer for independente, o leite pode ser armazenado por até 6 meses.

No Freezer de Parte Superior do Refrigerador: O leite deve ser armazenado por até 3 meses.

No Freezer de Câmera Congeladora: O leite materno pode ser armazenado por até 12 meses, embora o ideal seja usar dentro de 6 meses para melhor qualidade.

Regras de Armazenamento

  1. Não Reutilizar: Não reaqueça o leite e não o adicione a uma quantidade já armazenada. Reaqueça apenas a quantidade que você precisa e descarte o que sobrar após a refeição.
  2. Armazenamento em Pequenas Quantidades: Armazene o leite em pequenas porções (60-120 ml) para evitar o desperdício, pois uma vez descongelado, o leite não pode ser recongelado.

Descongelamento e Aquecimento

Métodos de Descongelamento

  1. Na Geladeira: Descongele o leite materno na geladeira por 12 horas ou mais. Este é o método mais seguro e preserva melhor os nutrientes e as propriedades do leite.
  2. Em Água Morna: Para um descongelamento mais rápido, coloque o recipiente de leite materno em um recipiente com água morna, mexendo suavemente. Nunca use água quente ou micro-ondas para descongelar, pois isso pode destruir os nutrientes e aquecer o leite de maneira desigual.

Aquecimento

  1. Aquecimento Suave: Aqueça o leite materno colocando o recipiente em um banho-maria com água morna. Agite o recipiente suavemente para garantir que o calor seja distribuído uniformemente.
  2. Evitar o Micro-ondas: Não use o micro-ondas para aquecer o leite materno, pois pode causar pontos quentes e destruir nutrientes importantes.
  3. Teste a Temperatura: Teste a temperatura do leite antes de dar ao bebê, colocando uma pequena quantidade no pulso para garantir que não esteja muito quente.

Outras Considerações Importantes

  1. Segurança e Higiene: Mantenha todos os utensílios e áreas de trabalho limpos para evitar contaminação.
  2. Não Sacudir: Evite sacudir o leite materno, pois isso pode destruir as células e os anticorpos presentes no leite.
  3. Observação: Observe o leite materno antes de oferecê-lo ao bebê. Se houver qualquer alteração no cheiro, cor ou textura, descarte o leite.

4. Cólicas no Bebê

A cólica em bebês é uma das maiores preocupações dos pais especialmente nos primeiros meses de vida e embora seja um fenômeno comum pode gerar grande desconforto tanto para o bebê quanto para os pais.

bebe chorando

É caracterizada por episódios de choro intenso e prolongado. Geralmente sem uma causa aparente, que ocorrem em bebês saudáveis, principalmente nos primeiros três meses de vida. Acredita-se que entre 10% e 40% dos bebês apresentem esse quadro durante os primeiros meses de vida.

A cólica costuma se manifestar a partir da segunda semana de vida e pode durar até o terceiro ou quarto mês. Ela ocorre principalmente no final do dia ou durante a noite e pode durar de duas a três horas. Embora cause grande angústia para os pais tende a desaparecer com o tempo sem deixar sequelas.

Dra Marcelle Sanches é especialista em atendimento pediátrico

Dra Marcelle Sanches é especialista em atendimento pediátrico

Como identificar a cólica?

De acordo com a Regra dos 3, estabelecida pelo pediatra Morris Wessel, um bebê pode ser diagnosticado com cólica se ele apresentar:

  1. Choro intenso: que dura mais de 3 horas por dia,
  2. Frequência de 3 dias por semana ou mais,
  3. Duração superior a 3 semanas.

Os sintomas mais comuns incluem:

  • Choro inconsolável: mesmo após alimentação, troca de fraldas ou carinho.
  • Inchaço abdominal: o bebê pode apresentar o abdômen endurecido.
  • Postura típica: ele geralmente encolhe as perninhas em direção ao abdômen e faz caretas de dor.
  • Gases: os bebês costumam expelir mais gases durante os episódios de cólica.

Quais as causas das cólicas?

A origem exata das cólicas ainda não é completamente compreendida, mas há alguns fatores que podem contribuir:

  • Imaturidade do sistema digestivo: O trato gastrointestinal do bebê ainda está se adaptando e desenvolvendo. Isso pode causar desconforto e dificuldade para digerir o leite.
  • Ingestão de ar: Alguns bebês podem engolir ar durante a amamentação ou a alimentação com mamadeira, o que pode levar à formação de gases.
  • Sensibilidade a proteínas do leite: Alguns bebês podem ser sensíveis às proteínas do leite de vaca, principalmente se estiverem sendo alimentados com fórmulas à base de leite ou se a mãe consome produtos lácteos.
  • Estresse ou sobrecarga sensorial: O excesso de estímulos no ambiente pode contribuir para o choro e o desconforto do bebê.

Como lidar com a cólica no bebê?

Embora as cólicas sejam desgastantes, há formas de aliviar o desconforto do bebê. Abaixo algumas medidas que podem ajudar:

  1. Ambiente tranquilo: Reduza os estímulos ao redor do bebê, criando um ambiente mais calmo e silencioso.
  2. Contato físico: Carregar o bebê no colo, de preferência em contato pele a pele, pode acalmá-lo. O balanço suave e o aconchego também ajudam a relaxar o pequeno.
  3. Massagem abdominal: Fazer movimentos circulares suaves no abdômen do bebê pode ajudar a eliminar gases e aliviar o desconforto.
  4. Banho morno: Um banho morno pode relaxar os músculos do bebê e proporcionar um alívio temporário.
  5. Mudanças na dieta: Caso o bebê esteja sendo alimentado com fórmula, o pediatra pode sugerir uma fórmula especial para reduzir a sensibilidade. Se o bebê estiver sendo amamentado a mãe pode tentar diminuir o consumo de alimentos que provocam gases, como laticínios e alimentos condimentados.
  6. Uso de probióticos: Algumas pesquisas sugerem que o uso de probióticos, com recomendação médica, pode ajudar a melhorar a digestão do bebê e, consequentemente, reduzir a cólica.

Quando buscar ajuda médica?

Embora as cólicas sejam comuns e não causem complicações a longo prazo é importante estar atento a alguns sinais que indicam a necessidade de avaliação médica:

  • Febre;
  • Vômitos frequentes;
  • Diarreia ou constipação persistente;
  • Perda de peso ou falta de ganho de peso;
  • Choro ininterrupto por mais de 4 horas.

Em caso de dúvidas ou sinais de alerta, o pediatra deve ser consultado imediatamente.

5. Sono no recém-nascido e no bebê

bebe dormindo

O sono do bebê é uma das principais preocupações dos pais, especialmente nos primeiros meses de vida. Saber como lidar com a rotina de sono de um recém-nascido pode ser desafiador, mas também é fundamental para o desenvolvimento saudável do bebê.

Como funciona o sono do bebê?

O sono dos bebês é diferente do sono dos adultos. Nos primeiros meses, o ciclo de sono dos bebês é mais curto, com alternância entre sono profundo e sono leve a cada 50-60 minutos, enquanto nos adultos esse ciclo dura cerca de 90 minutos.

Os recém-nascidos podem dormir de 16 a 20 horas por dia, distribuídas ao longo de pequenos períodos, o que é normal nessa fase. No entanto, com o passar dos meses, o tempo total de sono vai diminuindo gradualmente, enquanto os períodos de sono noturno vão ficando mais longos. Por volta dos 6 meses, muitos bebês já conseguem dormir por cerca de 6 a 8 horas seguidas durante a noite.

Fases do sono do bebê

O sono do bebê é composto por duas fases principais:

  1. Sono REM (Rapid Eye Movement): Fase do sono mais leve, onde o bebê pode se mexer mais e até emitir sons ou movimentos bruscos. Essa fase é importante para o desenvolvimento do cérebro.
  2. Sono não-REM: Fase do sono profundo, essencial para o crescimento físico e recuperação do corpo. É nessa fase que o bebê descansa mais profundamente.

Importância do sono para o desenvolvimento

O sono tem um papel crucial no desenvolvimento do bebê, especialmente nos primeiros anos de vida sendo responsável por:

  • Crescimento físico: Durante o sono, o corpo do bebê libera o hormônio do crescimento que é fundamental para o desenvolvimento saudável.
  • Desenvolvimento cognitivo: O sono, especialmente a fase REM, é importante para a consolidação da memória e o aprendizado. Bebês que dormem adequadamente têm mais facilidade em adquirir novas habilidades.
  • Regulação emocional: Bebês que dormem bem tendem a ser mais tranquilos e menos irritáveis durante o dia. O sono adequado também ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade dos pequenos.

Dicas para melhorar o sono do bebê

Muitos pais se perguntam como ajudar o bebê a dormir melhor e de forma mais contínua. A seguir algumas orientações para criar hábitos saudáveis de sono:

  1. Crie uma rotina de sono: Estabelecer horários regulares para dormir e acordar pode ajudar o bebê a desenvolver um padrão de sono mais previsível. Rotinas como banho morno, massagem e amamentação antes de dormir são eficazes para acalmar o bebê.
  2. Ambiente tranquilo: O quarto do bebê deve ser um lugar calmo, escuro e silencioso. Usar cortinas que bloqueiam a luz, evitar ruídos altos e manter a temperatura do quarto agradável são medidas importantes.
  3. Evite estímulos antes de dormir: Brincadeiras intensas ou exposição a telas (TV, celular) antes de dormir podem dificultar o relaxamento do bebê. Prefira atividades calmas, como leitura de histórias ou canções de ninar.
  4. Colocar o bebê no berço ainda acordado: Isso ajuda o bebê a aprender a adormecer sozinho sem a necessidade de ser embalado ou alimentado até pegar no sono.
  5. Amamentação noturna: Nos primeiros meses o bebê ainda precisará de mamadas durante a noite. Com o tempo as mamadas noturnas diminuirão naturalmente. É importante garantir que o bebê esteja bem alimentado durante o dia para reduzir a necessidade de acordar à noite para comer.
  6. Sono seguro: Sempre coloque o bebê para dormir de barriga para cima em um colchão firme e sem objetos soltos no berço, como cobertores, almofadas ou brinquedos para reduzir o risco de síndrome da morte súbita infantil (SMSI).

Sinais de que o bebê está com sono

Os bebês apresentam sinais claros de que estão prontos para dormir. Estar atento a esses sinais pode ajudar a evitar que o bebê fique muito cansado e tenha dificuldades para adormecer. Alguns sinais comuns de sono incluem:

  • Esfregar os olhos;
  • Bocejar frequentemente;
  • Choro irritado e inconsolável;
  • Movimentos lentos e descoordenados;
  • Afastar-se dos estímulos visuais e sonoros.

Quando buscar ajuda médica?

É importante lembrar que cada bebê tem seu ritmo de sono, e pequenas variações são normais. O pais devem consultar o pediatra caso o bebê apresente:

  • Dificuldade constante para dormir;
  • Acordar com frequência excessiva durante a noite;
  • Choro inconsolável por longos períodos, mesmo após ser alimentado e trocado;
  • Apneia ou dificuldade para respirar durante o sono.

Considerações finais

Garantir um sono tranquilo e de qualidade para o bebê é essencial para o seu desenvolvimento físico e emocional. Os pais podem ajudar a criar uma rotina de sono saudável e proporcionar um ambiente seguro para o descanso do bebê.

Lembre-se de que o apoio do pediatra é fundamental para orientar sobre o sono e resolver qualquer dúvida ou dificuldade que surja no processo.

6. Introdução Alimentar para bebês

A introdução alimentar é um período crucial para o desenvolvimento da criança, pois influencia não apenas a nutrição, mas também a formação de hábitos alimentares saudáveis.

Comendo laranja

Foto de Pedro Sanches filho da Dra Marcelle Sanches

O que é Introdução Alimentar?

A introdução alimentar é o processo de começar a oferecer alimentos complementares ao leite materno ou fórmula infantil. Este período é crucial para o desenvolvimento da criança, pois influencia não apenas a nutrição, mas também a formação de hábitos alimentares saudáveis.

Nos primeiros seis meses de vida, o aleitamento materno será a fonte ideal do ponto de vista nutricional, emocional e de estímulo motor.

Após os seis meses de idade, o lactente deve continuar em aleitamento materno, mas há a necessidade de introdução da alimentação complementar, tanto do ponto de vista nutricional (sendo fonte de ferro, zinco, vitamina A e calorias), quanto do ponto de vista motor, aproveitando esta fase de intensa curiosidade em explorar o meio ambiente.

Quando Começar?

A introdução alimentar deve ser iniciada por volta dos 6 meses de idade, quando o bebê já possui habilidades motoras suficientes para lidar com alimentos sólidos e apresenta sinais de prontidão, como:

  • Capacidade de sentar-se com apoio
  • Sustentar a cabeça e tronco
  • Segurar objetos com as mãos
  • Interesse em alimentos.
  • Diminuição do reflexo de protrusão da língua.
  • Aparecimento dos movimentos voluntários e independentes da língua, fazendo com que o alimento role na boca e a criança o mastigue.

Entender os sinais de maturidade do lactente para introdução de alimentos sólidos é fundamental para uma alimentação complementar com sucesso.

Comendo abacaxi

Foto de Pedro Sanches filho da Dra Marcelle Sanches

Introdução Gradual

Neste contexto a Sociedade Brasileira de Pediatria (SBP) tem orientações publicadas no Manual de Orientação do Departamento de Nutrologia, contendo informações abrangentes sobre o processo de início da AC, tanto do ponto de vista nutricional como comportamental:

  • A evolução da consistência deve ser gradual: oferecidos inicialmente em forma de papas;
  • Todos os grupos alimentares devem ser oferecidos a partir da primeira papa principal;
  • A refeição deve ser amassada, sem peneirar ou liquidificar;
  • O ritmo da criança deve ser respeitado, de acordo com o desenvolvimento neuropsico motor;
  • Recomenda-se o uso do nome papa principal e não papa salgada

Cuidados e Recomendações

  • A consistência dos alimentos complementares deve ser oferecida de forma crescente: pastosa, papa e purê;
  • A partir de 8 meses a criança pode receber os alimentos da família amassados, triturados, desfiados ou cortados em pequenos pedaços;
  • A alimentação complementar complementa o leite materno e não o substitui;
  • Deve-se incentivar a criança a comer nos horários de refeições da família;

Segurança vem sempre em primeiro lugar

Alimentar a criança em bebê conforto ou no carrinho aumenta o risco de engasgos e padrões orais imaturos – o bebê tende a mastigar menos. Não esqueça: limitar a independência do bebê é fazer com que passemos o recado de que ele não está preparado para fazer algo que na verdade já tem plena capacidade para.

Além do leite, só ofereça água

Não é recomendado oferecer suco ou chá durante todo o primeiro ano de vida. Dê preferência para o consumo de água e frutas in natura, pois assim aproveitamos todos os nutrientes e principalmente as fibras das frutas, não acostumamos o paladar do bebê com bebidas adocicadas e evitamos uma programação metabólica para o diabetes, a longo prazo. O bebê não tem a obrigação de tomar água, já que está bem hidratado com o leite, e a oferta de água é mais para a construção do hábito de consumo, que vai aparecer e evoluir aos poucos.

Pedro Sanches

Foto de Pedro Sanches filho da Dra Marcelle Sanches

Dicas para uma Introdução Alimentar Saudável

  • Crie um ambiente agradável: Ofereça os alimentos em um ambiente tranquilo e sem distrações.
  • Montando o prato: É importante ressaltar que o bebê deve iniciar a introdução alimentar já com todos os tipos de alimentos, desde que sejam saudáveis e naturais. Os alimentos devem ser colocados no prato sempre separadamente, para que a criança aprenda a reconhecer todas as cores, sabores e texturas.
  • Seja paciente e persistente: Pode ser necessário oferecer o mesmo alimento várias vezes antes que a criança aceite.
  • Incentive a autonomia: Permita que a criança explore os alimentos com as mãos.
  • Identificar sinais de saciedade: Há orientações para que os pais identifiquem e respeitem os sinais de fome e saciedade, incentivem o lactente para que ele seja ativo e interativo durante as refeições, com a atenção voltada totalmente para o momento.
  • Armazenamento: É claro que os alimentos frescos são os ideais, mas o congelamento pode ser um grande aliado para garantir uma alimentação completa nessa fase. Prepare cada um separadamente e coloque-os em forminhas de gelo com tampa. Assim, você consegue pegar um de cada vez e variar as refeições. Evite congelar pratos prontos, todos com os mesmos ingredientes pra criança não enjoar. Depois é só descongelar no fogão.
  • Técnicas de corte: É imprescindível cortar os alimentos corretamente a fim de facilitar o manuseio pelo bebê e evitar engasgos. Procure sempre cortar longitudinalmente, isto é, ao comprido.

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Referências

https://www.sbp.com.br/especiais/pediatria-para-familias/nutricao/aleitamento-materno

https://publications.aap.org/pediatrics/article/150/1/e2022057988/188347/Policy-Statement-Breastfeeding-and-the-Use-of?autologincheck=redirected